quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Cerrado sem solo, no RN

Cerrado sem solo; o que se vê na fotografia  é uma área coberta de seixos e troncos de árvores queimados; o terreno tem um decliva de mais de 40%; durante 50 anos foi usado para agricultura, e o arado da capinadeira arrancou o solo, eliminou as plantas (para o cultivo de lavoura), a água das chuvas levou o solo para assorear o rio, restando o subsolo com  os seixos de pedras; depois o homem abandonou a área, e nos últimos 30 anos conseguiu uma vegetação secundária, que novamente foi desmatada; Durante esses 30 anos de descanso a terra conseguiu criar um solo, e os seixos que se vê apareceram novamente com o novo desmatamento, precisamente no ano 2.010, enquanto que o inverno de 1.000mm de 2.011 arrancou, com a erosão, o solo desprotegido; No Nordeste é comum o homem desmatar a terra para o roçado (plantação de lavoura  de subsistência); A abertura do campo de lavoura consiste em arriar  (com machado, foice) a mata, espera o mato secar, e bota-se fogo em toda massa orgânica, restando os troncos queimados da árvores e arbustos (como na fotografia); Se o desmatamento deixa a terra nua, sujeita a agressões que somente a vegetação pode proteger, o fogo das queimadas, coivaras elimina toda vida do solo, além de alterar, com os 300º C do fogo, a estrutura de vários nutrientes minerais; O homem trabalha 4 a 6 anos no mesmo lugar, sempre eliminando, com fogo, qualquer massa orgânica que não tenha sido "plantado". Sua lavoura de subsistência, feijão e milho para comer verde, vive (se viver) até 90 dias,(os grãos secam, a planta seca, morre) quando no restante do ano  o solo  fica exposto ao Sol intenso e vento doidão; Isto representa uma verdadeira guerra do homem com a vida; essa agricultura para Mãe-natureza é um verdadeiro estupro; Quando a terra JÁ não produz milho (gramínea muito exigente em termos de nutrientes minerais e água doce), o homem nordestino desmata outra área para sua lavoura, e assim vai destruindo suas terras; Hoje o Homem não trabalha na agricultura, alegando seca, falta de chuvas, mas o clima é o mesmo que ele encontrou há 300 anos no agreste e sertão;  o erro está em si mesmo, e para se redimir com Deus e com a Natureza é preciso EVOLUIR, utilizando os recursos naturais nos valores disponíveis; É claro que essa agricultura paleolítica reduziu a oferta de chuvas, e aumentou a evaporação do chão, e dos açudes; e mesmo assim o  NE ainda tem jeito e pode dá certo.


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