terça-feira, 13 de novembro de 2012

Educação ambiental e ciência social

Uma das técnicas para se ressuscitar os rios mortos no semiárido e transformar rios temporários em PERENES está no Projeto de captação  e armazenamento de água das chuvas (da foto) para se dispor de um suprimento de água no verão para manter a água corrente no rio; Como se sabe o rio é temporário quando durante a estação chuvosa tem água corrente no leito, rio morto quando se passam 3 ou mais anos sem água corrente no leito, perene quando tem permanentemente água corrente no leito, e caudaloso quando o volume de água corrente no rio  é muito grande, justificando essa classificação, o que é relativo; o que torna um rio temporário, no semiárido NE, é o curto período e índice de chuvas; o período das chuvas no semiárido é de 60 a 75 dias no tempo de El ñino, com 200 a 300L/m²; 1.000L/m² no tempo de La ñina, e 400 a 600L/m² normalmente; Antes da açudagem, e por conta da impermeabilidade do terreno da caatinga NE, nos   rios temporários corria água, 2 a 4 enchentes, com 500L/m² de água das chuvas, ou 500.000m³ de água por km²; Hoje, com La ñina todos os rios do sertão NE botam enchentes várias vezes durante os 150 dias de estação chuvosa, apesar da açudagem; Com El ñino a água da chuva escorre no terreno impermeabilizado dos cerrados e caatingas, mas a grande camada de areia no leito dos rios absorve (como uma esponja)  toda água, o que é BOM, pois assim a água salobra subterrânea do leito do rio diminui a salinidade, mas é com as enchentes de La ñina que a água subterrânea do leito do rio fica doce; Pelo menos 80% da água das chuvas precipitadas no semiárido NE vão para o Mar; Mesmo com os 200mm ou 200L/m² de água das chuvas no tempo de El ñino, é possível captar e armazenar, junto ao rio, água doce das chuvas para manter o rio correndo na direção da foz, ou seja, tornando a água do lençol de água do leito do rio tolerável para se beber e própria para irrigação de lavoura, o tempo todo; 200L/m² de água das chuvas é 2.000m³ por hectare e 200.000m³ por km²; Vamos calcular o volume de água que se poderia captar, com 200m de chuvas, em uma faixa de 100m de largura de cada  margem do rio Potengi, numa extensão de  50km entre o açude de Campo Grande em São Paulo do Potengi, até à divisa de São Tomé com Cerro-Corá.   50km x 0,2km (200m dos dois lados do Potengi) = 10km². 200.000m³/km² X
10km² = 2.000.000m³ de água doce injetados no rio (de forma controlada) durante 300 dias de verão sem chuvas, são 6.600m³ de água injetados no rio, por dia; é fácil de entender que em poucos dias de injeção de água no rio a areia do leito do rio vai ficar SATURADA com água, e toda água que vier depois vai escorrer, por gravidade, na direção do mar, e mesmo que esse volume de água seja apenas necessário para manter a água doce no leito do rio nessa extensão de 50km, é um milagre; Mas enquanto isto, no tempo de La ñina temos uma volume de água 5 vezes maior - 2.000.000 x 5 = 10.000.000m³ por km², de modo que a água captada e armazenada no Projeto de captação e armazenamento descrito (e fotografado) aqui é mais que suficiente para dar continuidade a vazão de água que o rio goza somente com as chuvas.

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