sábado, 30 de março de 2013

Educação ambiental.

A escavação de poços tubulares com catavento no semiárido transformou-se na "menina do olhos" dos governos federal, estadual e municipal; no semiárido de 890.000 km² não existe água subterrânea doce até 200m de profundidade, e na maior parte dessa sub-região não existe qualquer tipo de água até 100m de profundidade; os poços tubulares tem até 65m de profundidade, que é o limite de capacidade de operação das perfuratrizes, e também o limite de profundidade para que as bombas de sucção acionadas pelo sistema de catavento, energia eólica, possa extrair a água; Hoje, para cada 10 km² do semiárido existe um ou dois poços tubulares abandonados por não ter atingindo o lençol subterrâneo, ou por que a água é tão SALGADA quanto no Mar. A escolha do lugar para a perfuração de poços, no semiárido, envolve uma séria de análises técnicas da geologia, muito bem instrumentadas, mas que sempre decepciona por uma razão: não se pode (com esses instrumentos) determinar  a salinidade da água, e também não há como determinar as dimensões do lençol subterrâneo; conclusão: a geologia está totalmente perdida (inútil) quando se trata de análise da área de perfuração de um poço tubular no semiárido NE; Por outro lado, sabe-se que a salinidade da água tem tudo a ver com a salinidade do solo por nitrato de sódio, salitre; Na fotografia vemos uma grama verde popularmente chamada de pirrichil que simboliza a grande concentração de salitre no solo; com a água das chuvas esse salitre, liquefeito, se infiltra no terreno até o lençol subterrâneo, onde a água já tem teor de sal por conta do cloreto de sódio formado ao longo de milhares de anos, de modo que a salinidade vai se tornar muito alta;  o engenheiro da empresa que faz esses poços tubulares não sabe, ainda, que o nitrato de sódio é mais importante para a salinidade da água subterrânea (do contrário tinha identificado a presença de salitre, pela presença do pirrichil); o governo paga 35 mil reais para a perfuração do poço e instalações do catavento para extrair o sal das entranhas da terra (lençol subterrâneo) lançando-o em cima da terra inviabilizando o desenvolvimento de plantas (exceto o pirrichil), onde nenhum tipo de agricultura pode ser desenvolvida, nem pasto para o gado; normalmente esse sal vai para as partes mais baixas, no caso as várzeas dos rios e riachos, a terras (antes) mais férteis do semiárido; No ciclo da água a água subterrânea é incluída como um dos elementos: quando o lençol subterrâneo está saturado com água, a própria pressão força o afloramento das fontes de água, olhos d`água que em muitas partes da Terra são responsáveis pela formação de rios perenes; No semiárido NE já existiram esses olhos de água que faziam os rios perenes no verão, hoje mortos, secos; ao extrair  o lixo salgado para cima da terra a engenharia presta uma grande desserviço à Natureza, ao ambiente. 

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