sábado, 11 de maio de 2013

Educação ambiental.

Açude da fazenda  Tijuca, divisa de Riachuelo e Rui Barbosa-RN que merece destaque, não por estar com menos de 5% da água da sua capacidade de armazenamento em 10/05/2.013, mas por que um fenômeno extraordinário aconteceu nos últimos 10 anos com a água deste açude; construído na década de 60 no vale estreito entre 2 modestas elevações da Serra da Formiga, o riacho faz parte da bacia hidrográfica do rio Potengi; O próprio Potengi tem salitre nas várzeas e na areia do leito do rio; esse sal, nitrato de sódio, faz com que a água subterrânea armazenada no leito do rio e nas suas várzeas seja salgada, mas durante as enchentes, e dependendo da intensidade de chuvas, muita água corrente no leito (e por vezes cobrindo as várzeas) se infiltre, sob pressão, atingindo o lençol subterrâneo, água doce abundante que reduz a salinidade  da água no lençol; o rio Potengi é a maior depressão do terreno da bacia hidrográfica de cerca de 10.000 km²; a salinidade criada no Potengi foi subindo nos seus afluentes, salinizando as várzeas e o leito dos rios e riachos temporários; quando o açude, em pauta, foi construído a várzea e o leito do riacho já tinham salitre, a ponto de que as cacimbas cavadas logo após a estação chuvosa do ano tivessem  baixa salinidade, mas à medida que o verão, sem chuvas, se prolongava, o lençol subterrâneo diminuía a vazão, enquanto que a água ficava cada vez mais salgada. O açude da Tijuca enche e sangra quando a oferta de chuvas é maior que 500L/m²/ano, água doce, mas à medida que o verão se prolonga a perda de água, pelos diversos processos de fuga, é capaz de secar o açude em 8 meses de verão, e à medida que a represa vai perdendo água a salinidade aumenta, tornando-a imprópria para se beber, e/ou para a irrigação da maioria das plantas (exceto alguns capins, ração do gado); Em 2.004, 2.008, 2.009 e 2.011 essa área do agreste RN recebeu a maior oferta de chuvas, mais de 1.000 L/m²/ano, quando, a cada ano desses o açude passava até 150 dias sangrando, e consequentemente o intenso fluxo de água de grande pressão arrancou 80% do SALITRE da superfície da várzea e do leito entre a parede de terra  e as nascentes do riacho do açude; Hoje, com apenas 5% de sua capacidade, a  salinidade é uma das mais baixas em açudes na bacia do Potengi, enquanto que da parede de terra do açude para baixo as várzeas desse riacho tem salitre; da parede para cima, na direção das nascentes há um poço tubular a catavento, com 50m de profundidade, escavado na década de 80, que atingiu um lençol de água muito salgada, mas nos últimos 10 anos a salinidade da água está diminuindo, e hoje é tolerável para se beber; Isto traz um ensinamento que temos apontado nestas portagens: para reduzir a salinidade da água subterrânea do semiárido injeta-se abundantemente água doce das chuvas em um poço, até saturar o lençol subterrâneo  Todo açude do semiárido tem água salobra ou salgada; sabe-se, entretanto, que quando o açude toma água (doce das chuvas) a salinidade diminui por que reduz a porcentagem de sal. Isto mostra  que a salinidade da água no semiárido cresce com a redução na oferta de chuvas, mas também com fuga, perda da água.

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