quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Educação ambiental.

As a extremidade do complexo Borborema no agreste é  uma infinidade de serras juntas, como se fosse dobras feitas pelo vento em um tecido de algodão, ou as folhas de um livro que ao cair ao chão foi sendo folheado pelo vento; são elevações modestas com menos de 300m de altitude, mas agudas, onde não há áreas planas, chãs, como são comuns nas serras do sertão NE; para se fazer essa casa tentou-se aplainar o terreno, mas as pedras o impediram, de modo que a base da casa acompanha o declive do terreno; o agreste NE tem apenas 10% de sua área ocupada pelas bases dessas elevações; o acesso às cidades da área, apesar de próximas, a menos de 12 km de distância, é muito difícil pela dificuldade de se construir e manter estradas para automóveis, por áreas acidentadas, repletas de pedras e lajedo, cortadas por muitos riachos que se tornam intransponíveis na época das chuvas; durante muito anos de ocupação dessa área, os moradores tinham de viajar à cavalo para comprar mantimentos nas cidades mais próximas, lembrando que os cavalos podem nadar para atravessar o riacho no tempo das chuvas; hoje, com a redução na oferta de chuvas, o  acesso pelas estradas estreitas, carroçáveis, na barriga  (abas) da serra é possível, exceto se der uma chuva de mais de 50mm em 24 horas, quando a terra da estrada será levada pela erosão, e os riachos ficam intransponíveis; sabe-se, por moradores da área, que há 20 anos (ou mais), quando uma pessoa adoecia, tinha de ser levada para cidade em rede, conduzida por 4 homens, com um grupo acompanhando o cortejo, que se revezavam neste mister; as poucas pessoas que ainda moram nessa área captam água das chuvas no telhado imundo das casas, armazenando  (do projeto do governo) em cisternas de placas de cimento; mesmo que os riachos não botem água, enchentes, em toda dobra entre duas serras existe uma poça com água salobra, que vem do lençol subterrâneo, que dar para o gado beber, e para se fazer algumas atividades em casa; quando a cisterna seca, os moradores vão às prefeituras municipais pedir o carro pipa, do programa do governo federal, que a duras penas, por conta das estradas ruins, íngremes, consegue levar 20 m³ de água para cada família passar 60 dias;  a produção agrícola, quando chove, é muito pequena, e se resume em milho e feijão; cria-se (com dificuldade devido ao relevo acidentado,  e a escassez de solo) gado bovino, 20 hectares por cabeça de gado; também se cria caprinos, animais que fornecem carne, leite, e podem ser vendidos para a compra dos "mantimentos" no dia das "feiras livres" na cidades (sábado ou domingo); a densidade demográfica nessa área serrana do agreste é 10 km² por habitante. A vegetação é de CERRADO, com uma árvore ou arbusto para uma área de 3m², e durante o período das chuvas o chão fica coberto de plantas verdes, floridas, durante 180 dias do ano;a fauna praticamente desapareceu com a presença do Homem que caçava onças, pacas, tatus, pebas, ticacas, tejuaçu, capivaras, veados; Hoje tem muitas cobras, especialmente cascavéis, jararacas, e a jiboia chamada de cobra de viado. Tem muitos roedores: preás, punarés,mocós; como há tendência da oferta de chuvas diminuírem - passou de 800mm/ano para 500mm/ano nos últimos 50 anos, e já começa a surgir 3 a 5 anos seguidos com ofertas de chuvas menor que 200mm/ano, condição de deserto, estranho para a flora, a fauna e para o Homem.

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