quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Educação ambiental.

Uma poça de água salobra no leito de um riacho temporário no agreste RN, poderia ser proveniente das enxurradas; acontece que a última enxurrada nesse riacho aconteceu em julho de 2.011; de lá para cá as chuvas foram insuficientes para escorrer água para o riacho, maior depressão do terreno; essa poça de água é remanescente de uma fonte de água que existiu aqui durante milhares de anos, água que aflorava do  lençol de água subterrânea saturado; esse terreno do agreste se constitui de Solo, parte mais externa do terreno, depois o subsolo e a rocha matriz; o solo é muito permeável à água das chuvas, infiltrando-se 20% da água das chuvas precipitadas; no subsolo se infiltram 10% dessa água; se o solo tem 1m de espessura, e permite-se armazenar 20% de água das chuvas, significa que em cada metro quadrado se infiltram 200 litros de água; 50% dessa água chegam ao subsolo, com 20% atravessando o subsolo, chegando á rocha matriz; se em um mês chover 200mm, 200 litros por m², o solo e o subsolo podem absorver (armazenar) essa água, mas se o volume de chuvas for maior o solo e o subsolo ficam encharcados; no caso desse terreno acidentado das margens do riacho, a água excessiva escorre pela força da gravidade para a depressão do terreno, o riacho; a oferta média de chuvas do agreste RN já foi de 800mm, ou 800L/m²/ em estação chuvosa de 4 a 5 meses por ano, e assim o solo e o subsolo recebiam água suficiente para drenar para o riacho, e/ou infiltrando-se para baixo chegar à rocha matriz fraturada, armazenando; o relevo desse terreno acompanha a forma da rocha matriz, de modo que no  leito do riacho a rocha matriz está 10m (ou mais) abaixo da rocha matriz da partes altas, forçando a água do lençol da rocha matriz a escoar, internamente (por gravidade) para o riacho, que somando-se com a água das chuvas precipitadas diretamente no leito rochoso do riacho provoca enchentes enxurradas; A medida que o Homem foi desmatando essas terras para os campos de lavoura, e de pastagem do gado, a infiltração de água no solo foi diminuindo (por falta das raízes de árvores e arbustos), o solo foi sendo arrastado para os riachos, pela erosão, ficou mais fino, duro, e hoje o terreno não se permite armazenar água doce das chuvas  para formar ou suprir os lençóis de água; a água das chuvas é água DOCE, de tal forma que a fonte de água que existiu aqui era de água doce, fazendo com que o riacho tivesse água corrente no seu leito o tempo todo, e portanto seria perene; Hoje, mesmo que chova 1.000mm, ou 1.000L/m² ao ano, 99% dessa água escorre para o riacho, provocando enchentes devastadoras, enquanto que o solo fino fica encharcado durante o período das chuvas, inviabilizando a cultivo de lavoura; 30 dias após a última chuva do ano não há qualquer vestígio de água das chuvas nessa área; as plantas (e os animais) precisam de água todos os dias, mas no verão de 240 dias, sem chuvas, muitos morrem; a água salobra do poço do leito do riacho é proveniente da água das chuvas precipitadas diretamente na rocha fraturada, onde se acumula, mantendo essa poça de água salobra, que pode secar no verão. Essa água salobra não pode ser utilizada para irrigar as plantas (exceto capim elefante e cana-de-açúcar), não serve para lavar roupa (o sabão não faz espuma), nem tomar banho; o gado bebe como única opção; essa água não pode ser colocada no corpo do capim ou da cana-de-açúcar, mas tão somente no chão, ao redor do tronco da planta;  é provável que o coqueiro aceite essa água salobra; vemos que o volume de água que aflora formando essa poça é insuficiente para fazer a água correr no leito do riacho; à medida que a poça vai secando, a água fica mais salgada: menor volume de água, mesmo volume de SAL - cloreto de sódio, maior porcentagem de sal; embora o cloreto de sódio seja comum no terreno, o cloro e o sódio (micronutrientes minerais) fazem parte dos corpos de vegetais e animais; quanto mais plantas (massa vegetal, volume de massa vegetal) por área, menor é a disponibilidade de cloro e sódio no SOLO; o volume de massa vegetal do CERRADO é de 0,35 m³ por m²; com o desmatamento incondicional dessa área, o cloro e o sódio do corpo das plantas queimadas em cima do solo estão nas cinzas das coivaras e queimadas; a água das chuvas é solvente e substrato da Natureza, formando, eletronicamente, a união dos elementos químicos cloro e sódio - cloreto de sódio; as queimadas de madeira geram outro sal no semiárido  - o SALITRE - nitrato de sódio.

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